Operadoras já oferecem planos de banda larga de 30 a 100 Mbps
RAFAEL CAPANEMA
da Folha de S.Paulo
Quem quiser voar baixo na internet terá que investir alto.
Operadoras brasileiras de banda larga já oferecem planos ultrarrápidos
para usuários residenciais, mas as mensalidades ainda são muito caras
--giram em torno de R$ 400.
Enquanto os planos mais comuns variam de 2 a 3 Mbps, alguns dos
pacotes de altíssima velocidade chegam a 100 Mbps. É o caso do plano
anunciado no mês passado pela GVT. A R$ 499,90 por mês, ele ainda não
está disponível em São Paulo. Em tese, numa conexão de 100 Mbps, o
download de um arquivo de 1 Gbyte pode levar um minuto e 20 segundos.
Além dos downloads mais ligeiros, a banda ultralarga permite
carregar sites quase instantaneamente e assistir a vídeos em alta
definição sem sobressaltos.
Em fase de testes, a Net oferece em alguns bairros de São Paulo e do
Rio de Janeiro o plano Virtua 5G em duas velocidades: 20 Mbps e 60
Mbps.
Assinantes do Net Combo HD Max com Net Virtua 12 Mega, que custa R$
419,90 ao mês e inclui TV a cabo, podem testar por seis meses a conexão
de 60 Mbps em alguns bairros que já a suportam ou a de 20 Mbps nas
outras regiões. Ainda não há previsão de quando essas velocidades serão
comercializadas normalmente.
A velocidade máxima oferecida hoje pela Telefônica é a de 30 Mbps,
no Speedy Xtreme. A mensalidade, incluindo apenas o serviço de banda
larga, em São Paulo, é de R$ 286,40.
Atualmente, porém, a Telefônica está proibida pela Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) de comercializar o Speedy até implementar
melhorias que a agência considere suficientes para sanar as recorrentes
panes que vitimaram os usuários do serviço de banda larga nos últimos
meses.
A empresa afirmou ter concluído a primeira parte de um plano de
reestruturação e já solicitou à agência o fim da proibição. A Anatel
ainda não se pronunciou.
Testes
Na semana passada, a Folha testou os serviços mais rápidos
da Net e da Telefônica nas sedes das empresas. Apesar de a primeira
oferecer uma conexão com o dobro da velocidade da segunda, as
experiências foram bastante semelhantes.
Tanto no Virtua 5G de 60 Mbps quanto no Speedy Xtreme de 30 Mbps, sites como o UOL (www.uol.com.br) e o do "New York Times" (www.nytimes.com) carregaram quase instantaneamente. Deu-se o mesmo na hora de assistir a vídeos em baixa definição, como os disponíveis na Folha Online.
Com filmes em alta definição, ambas as conexões se saíram bem. Em cerca de três minutos, o curta de animação "Big Buck Bunny" (www.bigbuckbunny.com), com duração de dez minutos, já estava totalmente carregado no portal de vídeos Vimeo (www.vimeo.com/1084537).
Em condições ideais, o download de uma música em MP3 de 5 Mbytes leva míseros dois segundos tanto no Speedy quanto no Virtua.
Preço salgado
Apesar de ser o décimo país com mais usuários de banda larga no
mundo --de acordo com estudo da agência Point Topic, que considera o
último trimestre de 2008--, o Brasil ainda padece de serviços caros e
lentos em comparação com países desenvolvidos.
O país nem aparece no ranking de banda larga da Itif (Information
Technology and Innovation Foundation), que lista os 30 países com os
melhores serviços, considerando penetração, velocidade e preço.
O ranking mais recente, de 2008, é encabeçado pela Coreia do Sul, onde
a velocidade média de download é de 49,5 Mbps, a penetração é de 0,93
assinante por residência e o preço por Mbps mais baixo é de US$ 0,37.
Em outro estudo, da ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil
fica em 77º lugar entre 154 países avaliados de acordo com o
desenvolvimento em telecomunicações.
Segundo a ONU, um plano de banda larga representa quase 10% do
salário médio nacional. Nos EUA, o comprometimento da renda é de apenas
0,7%.
Na cidade de São Paulo, um plano mensal de 1 Mbps custa entre R$ 50
e R$ 70 por mês (cerca de US$ 27 a US$ 38). Nos EUA, esse mesmo plano
sai por aproximadamente US$ 16 mensais e, em alguns países asiáticos,
apenas US$ 3,80.
Em contratos, algumas operadoras brasileiras se comprometem a
garantir apenas 10% da velocidade nominal do plano -prática condenada
pelo Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) e pela Abusar
(Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido).
RAFAEL CAPANEMA
da Folha de S.Paulo
Quem quiser voar baixo na internet terá que investir alto.
Operadoras brasileiras de banda larga já oferecem planos ultrarrápidos
para usuários residenciais, mas as mensalidades ainda são muito caras
--giram em torno de R$ 400.
Divulgação |
Cena de "Big Buck Bunny" (http://www.bigbuckbunny.com), curta-metragem de animação que pode ser visto na rede em alta definição |
Enquanto os planos mais comuns variam de 2 a 3 Mbps, alguns dos
pacotes de altíssima velocidade chegam a 100 Mbps. É o caso do plano
anunciado no mês passado pela GVT. A R$ 499,90 por mês, ele ainda não
está disponível em São Paulo. Em tese, numa conexão de 100 Mbps, o
download de um arquivo de 1 Gbyte pode levar um minuto e 20 segundos.
Além dos downloads mais ligeiros, a banda ultralarga permite
carregar sites quase instantaneamente e assistir a vídeos em alta
definição sem sobressaltos.
Em fase de testes, a Net oferece em alguns bairros de São Paulo e do
Rio de Janeiro o plano Virtua 5G em duas velocidades: 20 Mbps e 60
Mbps.
Assinantes do Net Combo HD Max com Net Virtua 12 Mega, que custa R$
419,90 ao mês e inclui TV a cabo, podem testar por seis meses a conexão
de 60 Mbps em alguns bairros que já a suportam ou a de 20 Mbps nas
outras regiões. Ainda não há previsão de quando essas velocidades serão
comercializadas normalmente.
A velocidade máxima oferecida hoje pela Telefônica é a de 30 Mbps,
no Speedy Xtreme. A mensalidade, incluindo apenas o serviço de banda
larga, em São Paulo, é de R$ 286,40.
Atualmente, porém, a Telefônica está proibida pela Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) de comercializar o Speedy até implementar
melhorias que a agência considere suficientes para sanar as recorrentes
panes que vitimaram os usuários do serviço de banda larga nos últimos
meses.
A empresa afirmou ter concluído a primeira parte de um plano de
reestruturação e já solicitou à agência o fim da proibição. A Anatel
ainda não se pronunciou.
Testes
Na semana passada, a Folha testou os serviços mais rápidos
da Net e da Telefônica nas sedes das empresas. Apesar de a primeira
oferecer uma conexão com o dobro da velocidade da segunda, as
experiências foram bastante semelhantes.
Tanto no Virtua 5G de 60 Mbps quanto no Speedy Xtreme de 30 Mbps, sites como o UOL (www.uol.com.br) e o do "New York Times" (www.nytimes.com) carregaram quase instantaneamente. Deu-se o mesmo na hora de assistir a vídeos em baixa definição, como os disponíveis na Folha Online.
Com filmes em alta definição, ambas as conexões se saíram bem. Em cerca de três minutos, o curta de animação "Big Buck Bunny" (www.bigbuckbunny.com), com duração de dez minutos, já estava totalmente carregado no portal de vídeos Vimeo (www.vimeo.com/1084537).
Em condições ideais, o download de uma música em MP3 de 5 Mbytes leva míseros dois segundos tanto no Speedy quanto no Virtua.
Preço salgado
Apesar de ser o décimo país com mais usuários de banda larga no
mundo --de acordo com estudo da agência Point Topic, que considera o
último trimestre de 2008--, o Brasil ainda padece de serviços caros e
lentos em comparação com países desenvolvidos.
O país nem aparece no ranking de banda larga da Itif (Information
Technology and Innovation Foundation), que lista os 30 países com os
melhores serviços, considerando penetração, velocidade e preço.
O ranking mais recente, de 2008, é encabeçado pela Coreia do Sul, onde
a velocidade média de download é de 49,5 Mbps, a penetração é de 0,93
assinante por residência e o preço por Mbps mais baixo é de US$ 0,37.
Em outro estudo, da ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil
fica em 77º lugar entre 154 países avaliados de acordo com o
desenvolvimento em telecomunicações.
Segundo a ONU, um plano de banda larga representa quase 10% do
salário médio nacional. Nos EUA, o comprometimento da renda é de apenas
0,7%.
Na cidade de São Paulo, um plano mensal de 1 Mbps custa entre R$ 50
e R$ 70 por mês (cerca de US$ 27 a US$ 38). Nos EUA, esse mesmo plano
sai por aproximadamente US$ 16 mensais e, em alguns países asiáticos,
apenas US$ 3,80.
Em contratos, algumas operadoras brasileiras se comprometem a
garantir apenas 10% da velocidade nominal do plano -prática condenada
pelo Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) e pela Abusar
(Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido).
Arte/Folha de S.Paulo | ||